14/03/2014

Ansiedade pré-competição: como lidar?

Semana que antecede a Seletiva Estadual para o Brasileiro Regional. Impossível não pensar na preparação psicológica dos nossos filhos para enfrentar mais este desafio.

Desde que me tornei "mãe de atleta de competição", me vi obrigada a estudar diversos assuntos que, antes disso, talvez jamais viessem a chamar a minha atenção. Quando a Laura sofreu a primeira lesão, em 2012, estudei tudo o que pude sobre o nervo ulnar, edemas e anatomia do cotovelo. Quando, no mesmo ano, ela precisou baixar o peso para uma competição pela primeira vez, lá fui eu ler sobre dietas e nutrição esportiva.
No ano passado, li tudo o que encontrei sobre fraturas epifasárias na tíbia. Há pouco tempo, em virtude da decisão dela e do técnico de permanecer na mesma categoria de peso do ano passado, pesquisei receitas diferentes de alimentos funcionais para que ela se mantenha dentro do limite e  não precise sofrer passando fome na semana do campeonato (como vejo - erradamente - vários atletas fazendo).

Nos últimos dias, o assunto que mais me (pre)ocupou foi este: como lidar com as alterações sofridas pelos atletas às vésperas de uma competição importante?
Nossos filhos são crianças. Nenhum deles é, ainda, um atleta profissional. Mas eles sofrem SIM com pressão por resultados. Embora ninguém diga diretamente que eles são obrigados a vencer, sabemos o que os técnicos esperam. Sobretudo, em uma seletiva. Frases como: "Temos que classificar o maior número de atletas possível!"  traduzem bem isso.

As crianças / adolescentes reagem das mais diferentes maneiras nos dias que antecedem a competição. Alguns ficam irritados, sentimentais, agitados. Alguns tem o apetite aumentado ou diminuído. Alguns ficam quietos e, ainda, há aqueles que manifestam sua ansiedade literalmente com sintomas físicos: náuseas, dores, sensação de borboletas no estômago, etc.

Eu, sinceramente, não me vejo capacitada para acalmar a Laura nestas situações. O motivo? Sofro de ansiedade, tanto quanto ela.  Acho que já falei disso aqui mas, por exemplo, sempre tenho dor de barriga em dias de competição. Obviamente, tento não transparecer meu nervosismo, para não afetá-la negativamente. Mas confesso que é bastante difícil. As ansiedades de mãe são um pouco diferentes: queremos ver nossos filhos bem. A vitória é importante, sem dúvidas, mas queremos - principalmente - vê-los inteiros e felizes ao final de cada luta ou campeonato.

Em alguns casos, vale a ajuda profissional. Buscar um psicólogo especializado na área esportiva pode ser uma boa opção quando os sintomas de ansiedade passam a prejudicar o desempenho do atleta. Já vi alguns casos de judocas que treinam muito bem, são confiantes, sabem do seu potencial mas, na hora em que enfrentam um desafio que consideram importante ou difícil, sofrem uma espécie de bloqueio: não conseguem, nos minutos de luta, desenvolver as mesmas habilidades que apresentam durante os treinos.

Buscando informações de técnicas e/ou procedimentos para amenizar esta "TPC" (tensão pré-competição), caí no site da Escola de Psicologia. Em um primeiro momento, podemos achar que é apenas mais uma página com textos de autoajuda, mas o site traz informações e dicas bastante interessantes.
Abaixo, disponibilizo alguns links que fazem referência ao assunto deste post. (Os textos são escritos em português de Portugal, não estranhe alguns termos diferentes utilizados)


Preparação Mental nos Esportes de Combate

O Poder das Emoções nos Esportes

Oito regras para criar pensamentos capacitadores

O desempenho dos nossos atletas depende de três fatores básicos, ligados entre si: preparação física, técnica e equilíbrio psicológico. Talvez não caiba a nós, mães, as funções de prepará-los para que obtenham seu melhor resultado. Mas o apoio, o carinho, e a compreensão nestes momentos é, sem dúvida alguma, indispensável.

4 comentários:

  1. Muito bom! O links também são muito interessantes, o estado emocional faz toda a diferença nas disputas, como sempre Carol está de parabéns!

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  2. Texto perfeito e muito útil Carol, vou ler todos os links e conversar com as crianças sobre eles.

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    Respostas
    1. obrigado, Ana! eu apenas compartilho minha experiência pessoal... fico feliz em saber que outras pessoas gostam dos meus textos e que eles servem também para ajudar outras mães.
      ;)

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