13/11/2015

Socorro, minha bebê cresceu!

Em julho, a Laura venceu o CERGS - Campeonato Estudantil do Rio Grande do Sul, e garantiu a vaga na Seleção Gaúcha para disputar a etapa 15 a 17 anos dos Jogos Escolares da Juventude, em Londrina, na categoria até 57 quilos.

Por questões financeiras e compromissos de trabalho, pela primeira vez não pude acompanhá-la em uma competição importante e de nível nacional. 
Embora no ano passado, quando ela também representou o estado nos Jogos,  já tivesse viajado sozinha com a delegação, na hora da competição eu estava lá, para torcer, comemorar ou apoiar... o que fosse preciso.  Só que, desta vez, não foi possível.


A equipe embarcou na manhã de quarta e, até que chegassem ao destino 20 horas depois, foram incontáveis mensagens de whatsapp e horas de angústia.  
Na quinta-feira, quando saíram as chaves, meu "nervosismo à distância" aumentou ainda mais.  Dos 9 atletas que representaram o Brasil no Campeonato Mundial Sub 18 em Sarayevo e que participariam da competição, 2 eram da categoria da Laura. E, pra completar, estavam na mesma chave. A primeira luta era contra Sergipe e, se passasse, já na segunda ela enfrentaria uma das favoritas. 
Quem me conhece ou acompanha o blog, sabe: SEMPRE tenho dor de barriga em competições importantes. Dessa vez, não foi diferente. Ao meio-dia de quinta (quando vi as chaves) já comecei a ficar aflita e com problemas digestivos.
Embora estivesse uma pilha de nervos, tentei não demonstrar isso nas vezes em que falei com a Laura. Dei força, passei confiança. Ela estava absolutamente tranquila. Isso me deixou um pouco mais calma também.

Hoje, dia da competição, não consegui me concentrar em mais nada. Só pensava nela lá no ginásio, a mais de mil quilômetros de distância, talvez nervosa, talvez precisando de mim... e eu não estava lá. As lutas começariam a partir das 13:30 e a Nicole, colega da equipe, me avisaria por whatsapp o que estava acontecendo.
A primeira ela venceu bem, rápido e com boa vantagem. Mas a "pedreira" vinha em seguida: a menina da seleção brasileira. E Laura perdeu. Diferentemente da etapa 12 a 14 anos da competição, em que todos os perdedores dos semifinalistas repescam, na 15 a 17 só tem direito a repescagem os atletas que perdem a partir das quartas de final.  A atleta para quem ela perdeu foi campeã mas, como a derrota foi nas oitavas, Laura não lutou mais.

O técnico disse que ela "não acreditou o suficiente". A Nicole disse que ela estava bem na luta, mas que foi imobilizada. Eu fiquei arrasada, não pela derrota, porque isso faz parte da vida de qualquer atleta. Mas fiquei mal porque eu não estava lá para dar um abraço, para consolar. 
Imaginei uma Laura triste, decepcionada, chorando. Porém, contrariando meu pensamento, logo em seguida ela me ligou. Estava bem, ria e continuava tranquila... e me contou feliz que realmente estava melhor na luta, e com chance de vitória: "Eu senti que podia ganhar dela, mãe! Eu quase derrubei duas vezes, eu entrava muito mais..." Mas, em determinado momento, a adversária entrou forte, ela caiu de cabeça no tatame, ficou inconsciente por alguns segundos e sofreu a imobilização. 

O que me surpreendeu foi a maturidade dela. Estava bem, sabia apontar onde errou e, principalmente, sabe que precisa intensificar o treinamento se quiser um bom resultado na Seletiva Nacional, daqui a 2 semanas.

A medalha não veio, mas a experiência está sendo muito válida. Tenho certeza que ela está crescendo muito nessa viagem. E eu, aprendendo a lidar com a distância. Afinal, chega uma hora em que as mães não podem (e não devem!) estar sempre grudadas em suas crias. O amadurecimento é necessário e sadio para ambas as partes.


Seleção Gaúcha de Judô para os Jogos Escolares da Juventude 15 a 17 anos

Delegação do RS: esportes individuais

Laura, Larissa e Nicole felizes da vida por viajarem sozinhas

rumo a Londrina

no Centro de Eventos


PS: A competição ainda não terminou! No domingo teremos as disputas por equipes e provavelmente, minhas dores de barriga voltem a se manifestar.    😝

4 comentários:

  1. Oi, adorei seu comentário. Exatamente como eu me sinto todas as vezes que não posso ir junto. Meu filho tb é do judô e na 5 qdo saíram as chaves já comecei a "passar mal" kkkkkkkk Ele lutou hoje pela manhã e não foi bem, está há 01 mês + ou - sem treinar por causa de uma lesão nas costas e acho (ele não falou nada kkkk) que faltou mais confiança. Mas enfim, vida de atleta é isso as vezes ganha as vezes perde. Já estou me preparando psicologicamente para a seletiva nacional em Lauro de Freitas daqui a poucos dias... Vou ficar de longe torcendo...

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  2. Oi, adorei seu comentário. Exatamente como eu me sinto todas as vezes que não posso ir junto. Meu filho tb é do judô e na 5 qdo saíram as chaves já comecei a "passar mal" kkkkkkkk Ele lutou hoje pela manhã e não foi bem, está há 01 mês + ou - sem treinar por causa de uma lesão nas costas e acho (ele não falou nada kkkk) que faltou mais confiança. Mas enfim, vida de atleta é isso as vezes ganha as vezes perde. Já estou me preparando psicologicamente para a seletiva nacional em Lauro de Freitas daqui a poucos dias... Vou ficar de longe torcendo...

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  3. Muito bom o texto! O sentimento é igual ou pelo menos parecido com o todas mães de atleta sentem! E sim nossas filhas e filhos cresceram, amadureceram, ganharam experiência de contar com o seu auto controle e capacidade de superar sozinhos aquele momento triste q estão passando. E nós também somos responsáveis por este crescimento, sabemos o momento certo de deixar q resolvam suas coisas sozinhos e temos q fazer isso com a certeza de q são capazes! Parabéns pra eles e pra nós também!

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  4. Muito bom o texto! O sentimento é igual ou pelo menos parecido com o todas mães de atleta sentem! E sim nossas filhas e filhos cresceram, amadureceram, ganharam experiência de contar com o seu auto controle e capacidade de superar sozinhos aquele momento triste q estão passando. E nós também somos responsáveis por este crescimento, sabemos o momento certo de deixar q resolvam suas coisas sozinhos e temos q fazer isso com a certeza de q são capazes! Parabéns pra eles e pra nós também!

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