Estávamos indo para Venâncio Aires
participar do Estadual de Novos, quando em meio a vários questionamentos a
Carol olha para Fabi com um olhar de cumplicidade e me pergunta: "Tu já
viste o blog das mães de atletas de Judô?" e, antes que eu dissesse algo,
emendou: " Por que não escreves algo no blog? Seria interessante ter o olhar de
técnico." Respondi que pensaria no assunto. Não queria me comprometer e
depois não cumprir. A ideia do blog me agradou muito,achei interessante as mães
compartilharem relatos, dúvidas, sentimentos, experiências e também dicas. Com
certeza tudo que é postado no blog é vivenciado por muitas outras mães de atletas
do Judô.
Me senti honrado e lisonjeado com o
convite pra escrever algo para o blog. Isso não saía da minha cabeça, fui
protelando devido aos inúmeros compromissos do Judô, mas sabia que estava em
débito.
Pensava nos tipos de mães com quem eu
convivia, na maneira com que as mães lidavam com as diversas situações
inerentes ao esporte e o apoio dado aos filhos por elas.
Que as mães apoiam seus filhos incondicionalmente, isso todos sabem, mas
existem àquelas que apoiam e incentivam de maneira a não preservá-los das
frustrações. Ensinam que as frustrações fazem parte da vida, que viver sem elas
é uma ilusão, que a cada nova queda é possível não só levantar-se, mas
levantar-se mais forte.
"Por trás de um grande atleta,
há sempre uma mãe engajada." Ser atleta exige dedicação e trabalho árduo e
sem apoio familiar muitos desistem, mas aí entra o trabalho das mães,
incentivarem, dizerem que desistir na primeira,na segunda, na quinta derrota não é a solução, mostrar que
persistir vale a pena e optar por um esporte rico em valores. As mães desse
blog acertaram em cheio nesses quesitos.
Costumo dizer às mães e aos pais: " O mínimo que seu filho pode
conquistar no Judô, são os títulos". E acredito muito nisso, os títulos,
as conquistas, as vitórias e as derrotas, não são tão relevantes perto da
formação que os filhos terão, dos homens e mulheres que se tornarão
futuramente. Os inúmeros valores morais
que o Judô traz consigo, são excelentes auxiliares na formação integral dos
praticantes, fazendo com que se tornem seres humanos melhores. A prática do
Judô fazendo uma analogia com a vida, os atletas superando-se a cada dia, não
desistindo após um fracasso e não enganando com as vitórias.
Assim sendo, venho fazer uma singela homenagem a essas mães, que estão
criando seu filhos para o mundo, buscando formar pessoas melhores, contribuindo
assim para um mundo melhor. Prestigiar essas mães, que se desdobram em prol dos
sonhos e anseios dos filhos, que além de mães, são psicólogas, cozinheiras,
lavadeiras, "sparrings", patrocinadoras, conselheiras e agora sentem
na pele o que é ser um judoca, são praticantes de judô também. A única coisa que tentam exercer e não devem, é a função de técnico, essa vaga já foi preenchida, deixem a parte
técnica e tática por conta dos treinadores.
Alguém disse que devemos ser
fortes como as rochas, que tudo suportam e não fortes como as ondas, que tudo
destroem. Quando penso nesses dizeres, lembro das mães de atletas de Judô, que
a tudo suportam, dedicam-se sem limites, abdicando de diversas coisas, muitas
vezes tendo como respostas, ingratidões e reclamações dos filhos, tudo isso sem
esmorecer, buscando o melhor para seus atletas.
Tenham calma mães, um dias seus filhos entenderão e dirão a vocês:
"muito obrigado por tudo e você estava certa".
Faço um agradecimento pelo apoio e dedicação das mães e principalmente a
minha mãe, ela também já foi mãe de atleta. VALEU MÃES!
Carlos Camillo - técnico das equipes de base da Sogipa
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