31/10/2014

O judô escolheu a Maria Eduarda

Tudo aconteceu muito rápido, por incentivo do pai, a Maria Eduarda quis conhecer o "tal" do judô. Eu meio receosa não sabia ao certo se aquele esporte era o ideal para ela, mas como ela mostrou muito interesse, concordei.

Fomos assistir a um treino para conhecer, chegando na entrada do dojo ( agora sei o nome) fiquei em pânico, apavorada,  era um mar de gente, treinando, assistindo, e eu perdida sem saber o que fazer, chamei o professor para ter mais informações, e veio o Sensei Daniel, disse que a minha filha tinha interesse em fazer judô, Daniel muito gentil apertou seu bracinho e disse : "é bem fortinha, leva jeito!".Pronto foi o empurrão que ela precisava.

Ela não fez a aula experimental, já estava matriculada.

Primeiro dia de aula, não tinha o kimono, não tinha amigos, conhecidos e nenhuma menina.Fez a aula com o Sensei Felipe como se fosse um E.T ,os meninos simplesmente a ignoravam, na hora de fazer as duplas eles fugiam dela, e ela acabava recorrendo ao professor para escolher a dupla dela.Felipe começou a chamar ela de Mari, ela adorou!!.

E eu? Eu sentada, nervosa, aflita, com muito medo,minha vontade era de pegar ela no colo e sair correndo, também estava ali sozinha, sem conhecer ninguém, sem conhecer nada do esporte ( não que eu saiba muito hoje) e sem conhecer minha filha.Porque foi ali, naquele momento que ela me mostrou que poderia se virar sem mim, que era mais forte e corajosa que eu e que já mostrava ser minha guerreira.

No fim da aula, eu cheia de perguntas,nervosa com meus medos gritando dentro de mim,me contive, para minha surpresa ela falou primeiro," tenho que comprar um kimono ", dei um suspiro,alívio, ela vai continuar.
As aulas continuaram, os treinos foram ficando mais sérios, vi um motivação e um foco impressionante nela.Os colegas se acostumaram com aquele menina, tudo fluía bem como tinha que ser.Até o momento que surgiu a oportunidade dela ir para um campeonato da Copa João Derly. Não vai, não ta preparada quase três meses  de aula!! Era eu falando, ela aceitou na hora!
Me vi então sentada na arquibancada, não para assistir a um treino, mas para ver minha filha numa competição. Meu coração saiu e voltou varias vezes, minhas mãos não me obedeciam, e as pernas só conseguiram mesmo ficar paradas.Teve duas lutas, e ela ganhou as duas. Segurei as lágrimas, olhei para meu marido que tb estava emocionado, conversamos pelo olhar em silêncio, ela conseguiu.
Conseguiu me surpreender, por ir lá com coragem e tentar, conseguiu  por superar as dificuldades, conseguiu por sua determinação e sua dedicação.
Teve mais campeonatos, trouxe 3 ouros e um bronze.
A emoção é única, a alegria é plena e o amor infinito.

Quero agradecer ao Sensei Felipe Quadros, que é um grande Mestre para minha filha, ao Sensei Daniel Pires, que mesmo sem saber foi ele quem deu o empurrão que faltava, a Carol Szarko, pelo convite e confiança, ao meu marido Rodolfo Farinha, por sua dedicação e amor para fazer tudo acontecer (te amo), e claro um especial para minha guerreira, que tenho muito orgulho, e que me mostrou e provou que ser Mãe de Atleta é ter os sonhos compartilhados, as alegrias divididas, as vitórias festejadas e as derrotadas superadas.

" A simplicidade é a chave de toda Arte superior, da vida e do judô "

                               Jigoro Kano













Mônica Guimarães é mãe da Maria Eduarda, atleta da classe infantil da Sogipa, que já trouxe a ela grandes emoções em 2014 e que, ao que tudo indica, trará ainda mais no futuro.

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