05/05/2014

Esporte: um divisor de águas

Se alguém me perguntasse hoje qual a coisa  que me dá mais alegria na vida, responderia sem pestanejar: JUDÔ, obviamente. Organizar ônibus, fazer lista de inscrições, viajar, passar o dia no ginásio acompanhando toda a equipe... acho que não saberia mais viver sem isso.
Mas nem sempre foi assim. Depois de pedir (e receber) algumas histórias sobre o início dos filhos no esporte, resolvi contar a minha experiência.

Em 2005, a Laura frequentava uma escolinha (creche) perto da nossa casa, em Alvorada: o Smilinguido. Certo dia, lá pela metade do ano, recebi um bilhetinho informando que a escola ofereceria aulas de judô para as crianças. Laura me pediu para participar e eu autorizei. Porém, não conhecia NADA do esporte. E nem me interessei, na época. Achava que era coisa de menino e queria mesmo era que ela fizesse aulas de balé. Não cheguei nem a comprar quimono. Foram algumas semanas de introdução ao judô e eu não assisti sequer uma aula.
O ano terminou e, em 2006, ela começou o ensino fundamental na Escola São Francisco. Embora lá também fossem oferecidas aulas de judô no contraturno, optei pelo balé. Ela frequentou o ano todo e, em novembro, poucos dias antes da apresentação (para a qual ela havia ensaiado o ano inteiro), acabou desistindo. Balé era a minha vontade, mas não a dela.

Laura continuava insistindo para voltar ao judô, mas eu sempre encontrava empecilhos. Em 2008, ano olímpico, comecei a trabalhar no setor financeiro da Sogipa. E foi aí que tudo começou a mudar. Conheci grandes atletas sogipanos: João Derly, Mayra Aguiar, e também o técnico Kiko, que teve um papel importante mais tarde, me ajudando (e convencendo) a matricular minha pequena no judô.
Já nessa época comecei a me interessar pelo esporte. A assistir competições. A tentar entender um pouco as regras. E a vontade de levar a Laura para treinar foi ficando cada vez maior. O problema era o deslocamento: como ela iria sozinha para a Sogipa, de ônibus, com apenas 8 anos? Eu trabalhava o dia todo, e não tinha quem pudesse buscá-la na escola e levar ao clube para treinar, e nem condições de pagar um transporte (escolar) para isso.
Em 2010, logo após assistir um Desafio Internacional  realizado na Sogipa, pensei: "um dia vou ver a minha filha lutando nesse ginásio, diante dessa torcida". A decisão estava tomada. Porém, para viabilizá-la, foi preciso coragem.
Laura estava com 10 anos. E, para treinar, precisaria pegar sozinha um ônibus em frente à escola, que a levaria até a Sogipa. Depois de muito pensar e conversar com a família e amigos, resolvi arriscar. Em julho de 2010, ela começou na escolinha.
De lá para cá, nossa vida deu um giro de 360º. Comecei a auxiliar nas tarefas do Departamento de Judô, Laura entrou para a equipe e passou a treinar todos os dias. Em 2011 começou a estudar no Pastor Dohms, ao lado do clube (o que facilitou muito a nossa logística). Vieram as viagens, competições, amizades... sem falar em todos os benefícios que a prática esportiva traz para a saúde e a educação.

De vez em quando, eu paro e penso: o exato momento em que optei pelo judô na Sogipa foi determinante em nossos destinos. Vejo este dia como um divisor: sem o esporte, certamente, nossas vidas seriam completamente diferentes.


no início

no começo de 2011, Revista Sou+Eu, quando ainda nem imaginávamos o tamanho da mudança que ocorreria em nossas vidas


Campeonato Citadino: lutando no ginásio principal da Sogipa, como eu havia imaginado


* em 2010, quando eu era colunista do Portal do Jardim Algarve, escrevi o texto "Sobre Esporte e Infância".  A reportagem da Revista Sou + Eu, postada ali em cima, aconteceu por causa desta história. Para ler, clique aqui.

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